CORONAVÍRUS: Os governos não estão preocupados com as vidas dos trabalhadores, e sim com o capital
Via Intersindical.org.br
É disso que trata as medidas anunciadas pelas economias dominantes, como os EUA, Europa, e também pelas economias dominadas
O G2O que reúne os governos das principais economias dominantes no mundo anunciou nessas últimas semanas uma série de medidas a serem implementadas durante a pandemia em escala mundial provocada pelo coronavírus. É preciso ir além das declarações dos governos de plantão e enxergar o movimento dos Estados nacionais. Depois das consequências da pandemia que até agora contaminou meio milhão de pessoas e matou aproximadamente 20 mil, o que buscam os governos são formas de evitar uma convulsão social.
Os US$ 5 trilhões anunciados pelos governos, que serão injetados em escala mundial, têm como principal destino implementar medidas que garantam ao Capital acesso à crédito, renegociação de dívidas e isenções fiscais, ou seja, são os Estados nacionais anunciando medidas anticíclicas para tentar tirar da UTI um sistema que se mantém aprofundando a desigualdade e a miséria.
Farta ajuda para os ricos, e o pouco que sobrar será destinado para tentar evitar a convulsão social: os Estados nacionais têm uma hierarquia de prioridade na definição para onde irão os recursos públicos de acordo com os interesses privados do capital e, não seria diferente mesmo com uma pandemia, os investimentos em fomento da ciência e para produção dos insumos e equipamentos necessários na saúde para o combate ao coronavírus e políticas sociais só vieram depois das medidas para os setor privado. Medidas como a ampliação do seguro desemprego, cobertura pelo governo de parte dos salários dos trabalhadores nas empresas que suspenderam as atividades, ampliação das licenças médicas para quem estiver infectado ou morar com alguém que está, e extensão dos auxílios para quem está na informalidade, não são uma demonstração de compromisso em evitar a tragédia para milhões que estão entre perder a vida pela contaminação de um novo vírus, ou pela fome provocada pela ganância do Capital, são medidas para tentar evitar a qualquer custo a justa convulsão social de milhões pelo mundo afora em busca da sobrevivência.
No Brasil, a versão mais rebaixada de medidas para tentar evitar a mesma convulsão: as primeiras medidas anunciadas pelo governo Bolsonaro para os trabalhadores não chegam nem de longe ao mínimo das políticas mais básicas das economias dominantes. Seu ministro da economia Paulo Guedes tentou bradar que seria uma grande concessão a antecipação do 13֩ salário para aposentados e pensionistas, sendo que o governo não estava garantindo nenhuma renda para esse período de crise, simplesmente adiantado um direito que já é do trabalhador.
Mas os requintes de crueldade vão além: o governo tentou transformar a esmola de R$ 200,00 num grande auxílio para quem hoje se encontra na informalidade, como os ambulantes, motoristas de aplicativos, entregadores, e tantos outros que a cada dia enfrentam uma batalha, para colocar comida em casa, e ter dinheiro para se manter trabalhando. O auxílio foi agora reajustado para R$ 600,00, ou seja, nem o salário mínimo será votado pelo Senado na próxima segunda-feira. A extensão e o reajuste do Bolsa Família não cobrem os milhares de auxílios que foram cassados antes da pandemia, e as pequenas mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) estão muito longe de garantir o mínimo necessário para milhares de pessoas que não têm absolutamente nada e hoje se encontram morando nas ruas.
Enquanto tenta transformar em ações sociais o que na verdade é uma violência contra os mais pobres, o governo Bolsonaro anunciou mais de R$1 trilhão de dinheiro público para os banqueiros, assim como tenta impor Medidas Provisórias e Projetos de Lei que têm por objetivo reduzir salários, acabar com direitos e liberar os patrões a manter a carnificina contra os empregos.
Além disso, Bolsonaro quer colocar na mira do vírus milhões de vidas: Bolsonaro, dia após dia, destoa de todas as medidas que estão sendo implementadas e ainda que em atraso, em todos os lugares do mundo, ou seja, é preciso seguir com as medidas de isolamento social para frear a velocidade do contágio pelo coronavírus, mas o presidente miliciano junto com seus filhos têm, com dinheiro público, feito uma propaganda mentirosa e criminosa, para agradar a burguesia que está desesperada em não perder seus lucros.
Se agora se apresenta a cara tosca e periférica da burguesia, como o dono da Havan, do Madero, entre outros do comércio, não há dúvida que aqueles que estão na linha de comando dos interesses capitalistas querem garantias para jogar a conta dessa crise nas costas dos trabalhadores, com medidas para tentar a todo custo evitar a inevitável e justa convulsão social, que virá no mundo todo e, portanto, aqui no Brasil contra esse sistema capitalista, que se mantém sugando a força de trabalho e vida da classe trabalhadora.
É dessa luta em defesa do que há de mais valioso, a vida, que pode se revelar aquilo que a burguesia tenta tanto esconder do mundo: que seu pavor de outra forma de organização da sociedade, como o Socialismo, está em revelar ao mundo que uma nova sociedade sem exploração possa existir, onde a produção seja voltada para as necessidades de bem viver da humanidade, onde o fruto do trabalho não seja apropriado por aqueles poucos que dizem que a vida de milhares de trabalhadores não importa.
A LUTA DA CLASSE TRABALHADORA É UMA LUTA EM DEFESA DA VIDA:
– Continuidade da suspensão das atividades não essenciais e suspensão imediata nos locais de trabalho onde isso anda não aconteceu.
– Manutenção dos empregos, salários e direitos dos trabalhadores.
– Proteção com auxilio público que cubra os gastos básicos dos trabalhadores que estão na informalidade.
– Auxílio e proteção, como abrigos, locais de isolamento quando se fizerem necessários para as pessoas que estão em situação de rua.
– Suspensão dos pagamentos de água, luz, gás para todos os trabalhadores desempregados e na informalidade.
– Proteção aso trabalhadores da saúde e demais serviços essências: com fornecimento de equipamentos de proteção, insumos e contratação imediata de mais trabalhadores.
– Revogação imediata da Emenda Constitucional 95 que congela os investimentos públicos, como das Medidas Provisórias e PECs emergenciais que atacam direitos dos trabalhadores e o serviço público, suspensão imediata do pagamento da dívida pública em que o maior beneficiário é o Capital