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Dia da Consciência Negra: contra toda forma de discriminação, violência e opressão

Via Intersindical.org.br

Não foi uma princesa que garantiu a liberdade para os negros no Brasil, nem tão pouco os capitalistas tiveram um desvio humanista para defender o fim da escravidão; o que eles queriam eram buscar outras formas mais eficazes de utilizar essa força de trabalho para atender aos seus interesses.

Enquanto o Capital e seus capachos na superestrutura do Estado tratavam de como seguir submetendo vidas negras, esses homens e mulheres transformaram o sofrimento em revolta e em luta que se espalhou em vários Quilombos pelo Brasil afora.

Muitos anos se passaram e o fim da escravidão não significou o fim da violência que fere e mata vidas negras, que explora homens e ainda mais mulheres a partir de sua cor.

E nesse momento no Brasil, sob o governo Bolsonaro, um governo saudoso da ditadura militar, que odeia homossexuais, mulheres e negros, a violência se amplia contra aqueles que além de pobres, de viverem não por escolha, mas por única alternativa, na periferia e além disso tudo, são pretos, esses são o alvo principal das balas da repressão do Estado.

No Rio de Janeiro, um trabalhador negro morreu com 80 tiros, quando levava sua família para um passeio de domingo; um jovem negro foi morto por um segurança num supermercado no Rio de Janeiro; dois jovens negros são assassinados quando voltavam de Aparecida, cidade do interior de São Paulo, depois de trabalharem vendendo refrigerantes; um menino de 14 anos desapareceu em Santo André/SP nesse mês de novembro, após ser abordado pela Polícia. Voltando para o Rio de Janeiro, só nesse ano, seis crianças morreram vítimas da ação da Polícia e das milícias, a maioria delas era negra. Esses crimes contra nossos irmãos negros não começaram agora, mas se ampliam ao ter no governo alguém que estimula o preconceito a violência contra quem, além de negro, é pobre.

No dia 19 de novembro, véspera de mais um Dia de Luta da Consciência Negra, o deputado Coronel Tadeu do PSL/SP, mesmo partido que Bolsonaro usou para ser candidato a presidente, quebrou uma placa que fazia parte da exposição na Câmara dos deputados, sobre o dia 20 de novembro; a placa denunciava a repressão policial contra os negros. Na defesa do ato covarde desse delegado-deputado, mais um deputado do PSL, Daniel Silveira, o mesmo que no Rio de Janeiro ajudou a quebrar a placa que homenageava a vereadora do PSOL, Marielle Franco, mulher negra da periferia, assassinada em 2018, crime que até agora os órgãos oficiais e oficiosos têm feito de tudo para tentar esconder quem mandou matar. A ação desses repugnantes deputados é mais uma mostra escancarada da violência praticada pelo Estado contra os negros e pobres.

É a cor e a classe a que pertencem, que tornam os negros e negras pobres alvos da violência do Capital e do Estado. Além de serem negros, são trabalhadores, são trabalhadores negros e seus filhos que seguem sendo as principais vítimas desse sistema capitalista que se aproveita da herança da escravidão para aprofundar a exploração do conjunto da classe trabalhadora.

Enfrentar o genocídio contra nossos irmãos negros se faz na luta do conjunto da classe trabalhadora, pois é só enfrentando esse sistema que oprime e explora o conjunto dos trabalhadores é que vamos avançar para acabar com o preconceito que tenta submeter seres humanos a partir de sua cor.

É na força da luta dos nossos que vieram antes de nós, é na luta dos iguais por pertencerem a mesma classe, que podemos avançar contra esse sistema que quer nos manter desiguais, é na luta de nossa classe que podemos avançar para uma sociedade livre da exploração, da opressão e do preconceito.

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