Bolsonaro e seus filhos defendem a ditadura
Via: Intersindical.org
Mais do que repudiar as declarações de Eduardo Bolsonaro, o filho deputado do presidente, é preciso ocupar as ruas em defesa das conquistas que garantimos através de muita luta
Não são simplesmente palavras absurdas as aberrações que todos os dias o presidente e seus filhos vomitam em entrevistas e nas redes sociais, elas mostram o que eles são e defendem: odeiam os trabalhadores e suas organizações, querem potencializar a violência e a morte contra os que lutam.
Eduardo Bolsonaro defendeu a volta dos mecanismos do AI-5, o Ato Institucional nº 5 imposto pelo golpe militar financiado pela burguesia em 1968, ato esse que interviu em Sindicatos, cassou mandatos parlamentares, fechou o Congresso Nacional e mais: prendeu, torturou e matou centenas de trabalhadores que lutavam contra a ditadura e por melhores condições de vida e trabalho.
A declaração do filho mimado do presidente não é uma novidade nessa família saudosa da ditadura militar, defensora dos esquadrões da morte e das milícias; Bolsonaro pai não se cansa de homenagear um dos maiores torturadores e assassinos da ditadura militar, o coronel Brilhante Ustra. Seus filhos postam fotos estampando esse milico que foi responsável por torturas e assassinatos num dos períodos mais sombrios do Brasil.
Bolsonaro e seu família se desesperaram ao ver a luta no Chile contra as mesmas medidas que tentam impor aqui: a luta dos trabalhadores e estudantes chilenos são justamente contra as consequências das mesmas políticas que Bolsonaro quer impor aqui, a privatização da Previdência, da Educação, da Saúde, políticas que geraram mais arrocho e miséria. A fala repugnante desse deputado playboy dizendo que é preciso voltar ao AI-5 para combater a esquerda, mostra o medo desses parasitas com a força da luta dos trabalhadores no Brasil, pois é a ampliação das greves, das manifestações de rua que podem impedir o fim dos direitos que seu governo tenta impor a todo custo.
Deputado não tem imunidade para defender tortura e assassinato: Eduardo Bolsonaro, depois da entrevista e de vários vídeos na internet defendendo suas declarações sobre AI-5, agora tenta negar o que falou, ao mesmo tempo em que defende que tem imunidade parlamentar para expressar suas opiniões; sua pretensa imunidade parlamentar não lhe dá o direito de defender a morte dos que lutam. Sua imunidade parlamentar não lhe dá o direito de defender o fim das conquistas que estão na Constituição de 1988, direitos sociais e de livre organização e manifestação, direitos que garantimos através de muita luta. Portanto, o mínimo que devem fazer todos aqueles que no Congresso Nacional se indignaram com a fala de Eduardo Bolsonaro, em notas e declarações, é a cassação de seu mandato.
Andam juntos com aqueles que atacam os que lutam: a cada dia, os fatos mostram a relação da família Bolsonaro com quem matou Marielle Franco e Anderson Gomes. Na mesma semana das falas criminosas do filho, Bolsonaro vocifera nas redes sociais contra as novas notícias sobre a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco do PSOL e do motorista Anderson Gomes que mostram a proximidade dos acusados pelo crime com ele e sua família. Mais do que vizinhos, mais do que fotos juntos com os milicianos, o presidente e seus filhos não cansam de mostrar seu apreço pela milícia e seu ódio contra os que lutam e suas Organizações.
Ampliar a luta e ocupar as ruas para garantir os direitos: depois de impor sua desumana reforma da Previdência, Bolsonaro e sua corja querem aprofundar a reforma trabalhista, fazer uma nova reforma administrativa, ampliar as privatizações e o argumento de que isso é necessário para gerar empregos e combater privilégios é uma mentira que se escancara dia após dia. O pacote de reformas e as privatizações vão provocar mais demissões, o extermínio dos direitos, o aumento da miséria, e a única forma de impedir isso, é justamente fortalecer a luta que tanto teme o governo.
Foram as intensas lutas do final da década de 70 que garantiram os direitos que temos hoje na Constituição, inclusive nosso direito de organização e manifestação, a democracia não foi uma concessão, foi conquistada no enfrentamento contra a ditadura militar. Nossos irmãos de classe no Chile, no Equador e em tantos outros países estão em plena retomada do fortalecimento da luta contra os ataques do Capital e seus governos, e aqui no Brasil o caminho também não é outro, pois foi a nossa luta, a luta da classe trabalhadora que garantiu os direitos trabalhistas e sociais, é só nela que vamos impedir que eles acabem.