BRASIL EM CHAMAS: ALÉM DE QUEIMAR A AMAZÔNIA, QUEIMAM VIDAS, EMPREGOS E DIREITOS
Em janeiro, mais de 200 pessoas morreram em Brumadinho/MG, vítimas das condições de trabalho impostas pela mineradora Vale que ataca a vida dos trabalhadores, da população e violenta o meio ambiente.
Para os trabalhadores mais violência, mais desemprego, menos direitos: o governo Bolsonaro, logo que tomou posse, começou a colocar em prática seu projeto de exterminar direitos, liberando os patrões para seguir com sua carnificina contra a vida dos trabalhadores e ao meio ambiente. Está acabando com as Normas Regulamentadoras (NRs) que tratam sobre saúde e segurança no trabalho, através de Medidas Provisórias tenta aprofundar a reforma trabalhista, em que salários serão mais arrochados, direitos serão eliminados e o desemprego e as contratações precárias aumentarão.
Para os patrões tudo: enquanto segue em sua cruzada contra os trabalhadores, o governo faz de tudo para agradar ao Capital; Medidas Provisórias que liberam os patrões para seus negócios sem as devidas regras e fiscalizações, perdão das dívidas do agronegócio, abertura de privatizações de todas as estatais que podem se tornar fonte de lucro para empresas privadas.
Junto a isso, o governo Bolsonaro estimula a violência contra os povos indígenas e, para agradar mineradoras e o agronegócio, quer fazer uma devassa nas reservas indígenas, para transformar o que resta da Amazônia numa reserva de matérias primas para o Capital.
As declarações de Bolsonaro não são apenas aberrações que saem da boca de um ignorante que se alimenta do ódio contra tudo e todos que divergem de seu projeto, elas revelam seu projeto: exterminar direitos, empregos, atacar violentamente a vida e a natureza para atender os interesses dos grupos privados.
Nessa semana, a região amazônica mostrou o Brasil que está sob esse governo para o mundo inteiro: os incêndios provocados pelo desmatamento, pela ampliação da grilagem e da exploração das madeireiras, causou a indignação internacional; protestos tem se ampliado em várias cidades do Brasil e do mundo.
O governo, para tentar tapar a verdade que queima a olhos nu, continua a deslegitimar os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), dizendo que os dados de desmatamento são mentirosos, ignora as imagens de satélite registradas também pela NASA, e seu horror é tamanho a todos aqueles que lutam, que chegou ao ponto de acusar ONGs pelos incêndios na Amazônia. Ao mesmo tempo em que diz que não vai aceitar interferência externa, o governo Bolsonaro tem o objetivo de entregar a Amazônia para exploração das grandes multinacionais, principalmente do EUA.
É preciso se colocar em movimento em defesa da vida: a vida está em risco para além das chamas que consomem o principal bioma do planeta que é a Amazônia. No Brasil são mais 30 milhões de desempregados, a miséria aumenta e são milhares que não têm o que comer e onde morar. Bolsonaro, quando afirmou que ninguém passa fome no Brasil, certamente falava de sua família, de seu governo, dos parasitas que estão no Estado e da pequena parte da população: os capitalistas que se enriquecem na exata medida em que trabalhadores têm salários cada vez mais arrochados, direitos exterminados e suas vidas colocadas em risco diariamente.
As chamas provocadas pela ação do Capital e pela negligência do governo que consomem a Amazônia só serão apagadas pelas chamas da luta de todos que estão sob ameaça desse projeto; é na luta dos indígenas, da população das periferias, dos que estão tendo seus direitos, salários e empregos eliminados, ou seja é na luta de nossa classe, a classe trabalhadora.