É HORA DE FORTALECER A LUTA CONTRA A DESUMANA REFORMA DA PREVIDÊNCIA DE BOLSONARO
Via: Intersindical.org.br
No Congresso Nacional, deputados a serviço dos patrões estão tentado aprovar a qualquer custo a retirada de direitos
Na calada da madrugada do dia 05 de julho, deputados a serviço dos patrões das grandes indústrias, bancos e do agronegócio aprovaram o projeto substitutivo do deputado Samuel Moreira do PSDB que mantém os ataques à aposentadoria e tantos outros direitos da Previdência e da Seguridade Social que estão na desumana proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro.
Os deputados à serviço dos patrões comemoraram à gargalhadas o ataque aos direitos dos trabalhadores e dos mais pobres, pois é isso que vão encaminhar para votação no Plenário da Câmara dos deputados, o fim dos direitos e o aumento da miséria.
A proposta é aumentar a idade da aposentadoria para 62 anos para mulheres e 65 anos para os homens e acabam com a aposentadoria por tempo de contribuição. O tempo de contribuição sobe para 40 anos e ao mesmo tempo diminui o valor das aposentadorias, pois o cálculo será feito pela média de todas as contribuições e não pelas maiores como é hoje. E mesmo que você tenha 40 anos de contribuição, mas não tenha atingido a idade mínima vai ter que trabalhar ainda mais. Mas trabalhar onde? Se para os patrões, um/a trabalhador/as que tem mais de 45 anos está velho/a para trabalhar?
É mentira que houve mudanças que protegem os professores, pois a proposta aumenta a idade para 57 anos para mulheres e 60 anos para os homens e diminui o valor das aposentadorias. Além disso a proposta de reforma ataca ainda mais, os trabalhadores que são obrigados a trabalhar em atividades que expõem a risco sua saúde e vida, pois aumenta a idade e cria novas regras para aposentadoria especial.
Tirar de quem nada tem: a proposta diminui o valor das pensões para um salário mínimo e se na família da viúva ou do viúvo tiver alguém trabalhando, a pensão será menor que um salário mínimo. A proposta ataca até o direito a receber o abono do PIS, pois, pelo projeto só terão direito ao abono do PIS, os trabalhadores que receberam até R$ 1300,00, o que significa que milhões de trabalhadores vão perder esse direito.
Entregar para as empresas e bancos, os direitos dos trabalhadores: o governo não desistiu de incluir a capitalização no projeto de reforma, o que significa entregar para os bancos a aposentadoria dos trabalhadores. Se isso passar, o trabalhador vai ter que se virar para pagar a Previdência sozinho, acaba a contribuição patronal e do Estado e as aposentadorias poderão ser menores que o salário mínimo. Também está no projeto que vai para o Plenário da Câmara dos deputados, a privatização dos auxílios de acidente de trabalho e auxilio doença, ou seja, se o trabalhador tiver que se afastar do trabalho, não vai ter mais direito ao auxilio previdenciário. Além disso, se mantém a proposta de desconstitucionalizar a Previdência, o que significa que o governo a qualquer momento, pode passar por cima da Constituição para alterar regras da Previdência, o que significa por exemplo, congelar e acabar com os reajustes da aposentadoria.
As regras para idosos sem renda e portadores de necessidades especiais que recebem o BPC (Benefício de Prestação Continuada) mudam para dificultar ainda mais a vida de quem quase nada tem.
Enquanto tenta acabar com direitos, o governo Bolsonaro escancara seu ódio contra os trabalhadores e mais pobres: Bolsonaro escancara seu ódio contra os trabalhadores a cada dia. Não fala nada sobre a prisão de membros de seu partido e de assessores de seu ministro do Turismo, acusados de corrupção, falou muito pouco sobre a cocaína num avião da comitiva presidencial, ou seja, enquanto foge das balburdias de seu governo, faz declarações defendendo que crianças trabalhem, chegando a dizer que não envia um projeto de lei ao Congresso Nacional defendendo o trabalho infantil porque seria massacrado. Ao mesmo tempo em que ataca em sua reforma da Previdência, trabalhadores que são obrigados a trabalhar em situações que expõem a saúde e a vida à riscos impostos pelas péssimas condições nas fábricas, no campo e em outros serviços, o governo tenta proteger de sua reforma, os policiais e militares.
É PRECISO TRANSFORMAR A INDIGNAÇÃO EM LUTA CONTRA ESSA REFORMA QUE MASSACRA A CLASSE TRABALHADORA
Na mesma semana em que o presidente que também já foi deputado, esses que recebem mais de R$ 30 mil de salário, comemoravam uma votação que tira os poucos direitos de quem quase nada tem e mantém o calote de empresas que devem mais de R$ 500 bilhoes, pessoas morriam de frio nas ruas de São Paulo e Porto Alegre, seres humanos que moram nas ruas não por opção, mas porque são vítimas da ação do Capital e de seus governos que querem impor reformas que só vão aumentar ainda mais desemprego e a miséria, para que os ricos fiquem cada vez mais ricos, às custas da exterminação dos direitos, do desemprego, da miséria e da fome de milhões.
Só esperar as próximas eleições e não votar em que está votando a favor da desumana reforma da Previdência não basta, tentar reformar o projeto de reforma da Previdência que já nasceu deformado é se conformar com a retirada de direitos, por isso é preciso sair da indignação e transformá-la em movimento.
Nessa próxima semana, vamos intensificar as manifestações com assembleias nos locais de trabalho, participar das mobilizações no dia 12 de julho contra a desumana reforma da Previdência, denunciar o governo Bolsonaro e seus parlamentares que querem essa reforma dos patrões. Mas, mais do que isso é hora de construir mais uma greve geral que pare a produção, a circulação e o comércio das mercadorias daqueles que mais querem a reforma da Previdência, os ricos que se mantêm através do arrocho salarial, da eliminação de direitos, do desemprego e da miséria de milhões de trabalhadores.