SÓ DEPOIS DE UM ANO, PRESOS OS QUE DISPARARAM AS BALAS. ONDE ESTÁ QUEM MANDOU MATAR?
MARIELLE E ANDERSON PRESENTES EM NOSSA LUTA QUE SEGUE
Os assassinatos da vereadora Marielle e do motorista Anderson, a cada dia desses 12 meses após as mortes, revelam as entranhas do Estado que está a serviço de reprimir os que lutam contra a exploração e a opressão.
Marielle esteve presente nas lutas em defesa das mulheres, negros, moradores das favelas, denunciava a repressão policial que invade os morros, mata pobres, jovens e crianças.
Para tentar calar uma de nossas vozes, o Estado agiu através de seus instrumentos oficiais e oficiosos. Os presos de ontem são dois ex-militares, um deles Ronnie Lessa, PM reformado, mora no mesmo condomínio de luxo em que Bolsonaro tem casa Rio de Janeiro, o policial acumulou bens incompatíveis ao seu salário e tinha um arsenal de armamento, o que indica tráfico de armas.
Tanto Ronnie Lessa, como Elcio de Queiroz que dirigiu o carro que perseguiu o carro onde estava Marrielle são ligados ao chamando “escritório de crime” um grupo de milicianos e mercenários que em grande parte vem da Polícia militar e formam um esquadrão da morte que tem feito centenas de vítimas.
Policiais como esses, foram homenageados por parlamentares no Rio de Janeiro, o presidente Bolsonaro e seus filhos também já homenagearam militares envolvidos em crimes e já demonstraram seu apreço pela ação das milícias.
A apuração do crime se arrasta há um ano e os obstáculos para que se apure e puna os responsáveis vem das entranhas da própria estrutura do Estado. Exemplo disso, é que foi preciso uma intervenção nas investigações, o que ocasionou, uma investigação da investigação e mesmo após isso, um dos criminosos quase chegou a fugir, pois a informação da Operação do dia 12/03 vazou.
A declaração do presidente da República ao saber das prisões de ontem só reafirma seu asco pelos que lutam em defesa dos direitos humanos. Bolsonaro não expressou nenhum movimento de agir para que de fato a investigação chegue a quem mandou matar e ainda tenta comparar esse crime bárbaro, ao episódio da facada que levou em Juiz de Fora/MG.
É preciso seguir a mobilização exigindo a prisão de quem mandou matar: é na força da mobilização de todas as Organizações que lutam em defesa dos direitos e da vida dos trabalhadores, das mulheres, jovens e crianças da periferia que vamos garantir que o crime bárbaro contra a Marielle e Anderson não fique impune.
Amanhã é dia de protesto exigindo punição para quem matou e quem mandou matar Marielle e Anderson. É dia para mostrar que Marielle e Anderson estão presentes na nossa luta que segue em defesa dos direitos e da vida da classe trabalhadora.