Metalúrgicos de Campinas param por 24 horas e criticam projeto do ABC
Publicado em 11 de Setembro de 2012, ás 19h52min
Metalúrgicos de Campinas param por 24 horas e criticam projeto do ABC
TNOnlineFolhaPress
Por Marília Rocha
CAMPINAS, SP, 11 de setembro (Folhapress) – Trabalhadores do setor de metalurgia iniciaram hoje uma paralisação de 24 horas em empresas da região de Campinas (93 km de São Paulo). Eles buscam reajuste salarial acima da inflação e contestam um projeto de lei que, segundo a Intersindical, flexibiliza direitos trabalhistas.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, vinculado à Intersindical, afirmou que cerca de 6.000 trabalhadores aderiram à paralisação em três empresas: Mabe, CAF e AmistedMaxion.
Outros 5.000 fizeram assembleias esta segunda-feira (10) pela manhã e atrasaram o início da produção em outras unidades, de acordo com o sindicato.
“Em muitas empresas o trabalhador aumentou a produção, mas está tendo dificuldade para conseguir um aumento que recupere pelo menos a inflação do período”, disse o diretor do sindicato Eliezer Cunha.
A assessoria de imprensa da AmistedMaxion disse que a empresa estava com uma paralisação parcial nesta terça-feira, mas que não afetou a produção. A assessoria de imprensa da CAF disse que não tinha um posicionamento sobre o assunto. A reportagem não conseguiu localizar responsáveis pela Mabe.
Acordo coletivo especial
O sindicato também divulgou nota de repúdio ao projeto do chamado ACE (Acordo Coletivo Especial), encaminhado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC –vinculado à CUT (CentralÚnica dos Trabalhadores)– à Secretaria-Geral da Presidência.
“A proposta é um desastre para os trabalhadores, porque permite que sindicatos reduzam direitos através de acordos entre empresários e sindicatos”, disse Cunha. “As empresas têm muitos mecanismos de pressão e o trabalhador que não estiver de acordo não vai nem poder entrar na Justiça”, afirmou.
A assessoria de imprensa do sindicato dos metalúrgicos do ABC disse que não tinha nenhum porta-voz para comentar as críticas.
O material de divulgação do projeto diz que o objetivo é “garantir segurança jurídica aos acordos específicos entre sindicato e empresa” e fazer com que a negociação coletiva seja “valorizada e adotada no País como instrumento mais moderno para a solução de conflitos”.