Violência contra a mulher é problema no mundo todo
Desde 2002, Pernambuco é recordista em assassinatos de mulheres. Somente em janeiro de 2006, 36 foram mortas e a impunidade incentiva ainda mais a violência. Até a primeira semana de fevereiro, 44 mulheres foram assassinadas. Apesar dos números assustadores de Pernambuco, em todo o Brasil, a violência contra a mulher vem crescendo de forma alarmante.
A ONU estima que sete em cada dez mulheres assassinadas são vitimadas por pessoas próximas, mas também calcula que somente 2% dos acusados são condenados e para pôr um fim a isso, está na Câmara dos Deputados um projeto baseado em proposta de grupos de defesa da mulher, que prevê o aumento da pena de 2 para 3 anos de reclusão para os agressores, já que hoje, boa parte são condenados a pagar cestas básicas ou outras penas que de tão irrisórias, acabam se tornando um fator a mais de humilhação para as mulheres.
O projeto também prevê medidas para proteger a vítima da violência e criar políticas preventivas. Além de garantir assistência especial a crianças e adolescentes que convivam com a violência.
Mas a violência contra a mulher não é um problema apenas no Brasil ou em outros países pobres, em todos o mundo a situação é dramática, uma em cada três mulheres no planeta já foi vítima de alguma forma de violência na infância, na adolescência ou na idade adulta, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Na França não é diferente
E nesta semana, a Anistia Internacional, organização de defesa dos direitos humanos, lançou na França uma campanha de sensibilização contra a violência de gênero, onde uma mulher morre a cada quatro dias vítimas de agressões de seus maridos, namorados ou companheiros.
O primeiro relatório sobre a violência contra a mulher na França foi apresentado na semana passada e apontava que uma em cada dez francesas sofre maus-tratos. E que as que rompem o silêncio, sofrem represálias de seus agressores, inclusive econômicas. A Anistia Internacional pediu ao primeiro-ministro Dominique de Villepin, que adote uma política ambiciosa a respeito, já que o direito internacional obriga os Estados a punirem os autores deste tipo de violência, reagir para impedi-la e garantir uma reparação adequada às vítimas.