Trabalhadores decidem estado de greve e Gevisa entra com interdito proibitório
Em resposta à resistência da empresa em discutir a Política de Cargos e Salários na assembléia no dia 14 de março, os trabalhadores aprovaram estado de greve na Gevisa, que foi protocolado pelo Sindicato em 15/03/07. Diante dessa decisão dos companheiros, a Gevisa utiliza o Poder Judiciário para a emissão de um interdito proibitório com multa de 3 mil reais por dia de paralisação. Como se não bastasse a intransigência nas discussões e a recusa em apresentar propostas, agora a empresa tenta impedir a legítima organização e mobilização dos trabalhadores!
Com esse interdito, a empresa pretende proibir o Sindicato de fazer qualquer ação, por isso os trabalhadores devem descer do ônibus sem abaixar a cabeça e aguardar a assembléia. Nós vamos à luta e não iremos deixar tudo como está, que é o que a empresa quer. Nós não vamos ceder. O Sindicato, através do departamento jurídico, já está contestando essa ação da empresa.
Entenda o processo todo
Nos últimos anos, o Sindicato vem reivindicando uma política de Cargos e Salários. Depois de várias reuniões e assembléias dos trabalhadores, a Gevisa propôs apresentar uma proposta em fevereiro de 2007, mas não apresentou.
Em reunião com o Sindicato, no dia 5 de março, ela mudou novamente a data da apresentação da proposta, passando para o final de abril, porém os trabalhadores na assembléia do dia 14 de março rejeitaram essa proposta da empresa. No dia 15 de março, o Sindicato comunicou a empresa da decisão da assembléia, inclusive, a deliberação de estado de greve.
Comunicado da empresa é cheio de contradições
Sem buscar diálogo com o Sindicato, a Gevisa distribuiu um comunicado, no dia 19 de março, com esclarecimentos para os trabalhadores sobre o projeto de Cargos e Salários que está sendo feito por uma consultoria. Um dos absurdos desse comunicado é que, mesmo a proposta estando na fase de finalização, a empresa já assume que ela tem problemas localizados de equilíbrio nas funções.
Outro disparate é o alerta para os trabalhadores de que não existe a possibilidade de acelerar a proposta com os trabalhadores em estado de greve, porém ela não sinaliza um prazo para a sua conclusão. Ou seja, para a empresa os trabalhadores não podem se organizar ou se mobilizar e muito menos discordar da sua proposta. Quando discordam, ela entra com processo na justiça e passa a fazer comunicados querendo passar por cima do Sindicato para abortar o processo de negociação. É o tal negócio, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!