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Paralisação vitoriosa na Sanmina

Depois de um longo período de descontentamento com os baixos salários, condições de trabalho e de difícil relacionamento com as chefias, as companheiras e os companheiros da Sanmina decidiram fazer um protesto, na manhã de quinta-feira, dia 4 de outubro.


 


A gota d’água que pôs fim a um jejum de 9 anos sem mobilização dos trabalhadores na Sanmina foram a troca de convênio médico, em janeiro deste ano e a proposta da empresa, apresentada neste mês, de pagar PLR com o mesmo valor do ano passado e de não implementar uma política de cargos e salários.


 


O estopim


 


Não bastasse o descontentamento com o ritmo intenso e acelerado de trabalho e o excesso de horas extras, no começo do ano, os trabalhadores desaprovaram a troca do convênio médico Unimed pelo convênio Saúde Bradesco, feita pela empresa.


 


Em julho, a empresa apresentou a proposta de pagar mesmo valor de PLR do ano passado e ainda com a exigência de metas (parcela variável).


 


No início de outubro, a empresa informou que não implementaria o PCS com reajuste automático, que os trabalhadores tanto esperavam para acabar com as diferenças salariais, e ainda anunciou que poderia demitir entre 80 e 100 trabalhadores.


 


Protesto contra a intransigência da empresa


 


Como a proposta da empresa não atendia as reivindicações dos trabalhadores, eles decidiram protestar, paralisando a produção da empresa por 1 hora. A direção da empresa começou a retaliação impedindo o livre acesso das trabalhadoras, inclusive grávidas, e dos trabalhadores ao banheiro.


 


Tinham de ir aos pares e acompanhados por um segurança. Mesmo assim os companheiros não se intimidaram e resolveram estender o protesto até a hora do almoço. Diante desse enfrentamento, a Sanmina endureceu e suspendeu o almoço dos trabalhadores.


 


O Sindicato providenciou a refeição aos trabalhadores, mas a Sanmina impediu que eles fizessem a refeição dentro da empresa. Com esse impedimento, eles permaneceram do lado de fora da fábrica e a paralisação continuou com o segundo turno.


 


Alta tecnologia = baixos salários


 


Muitas empresas das áreas de telefonia e de informática, como Samsung, Foxconn, Celestica, Benchmark e outras, que produzem tecnologia de ponta, competem de forma selvagem entre si e quem sofre são os trabalhadores.


 


Essa disputa entre elas resulta em salários baixos e desiguais para as mesmas funções. Estas empresas disputam quem paga menos e os salários dos trabalhadores não são condizentes com a realidade delas, permanecendo igual ao piso ou próximo dele.


 


Só quem luta, conquista!


 


Confira as conquistas que só vieram por causa do nosso protesto:


 


PCS – Até o dia 30 de outubro a empresa se comprometeu a entregar ao Sindicato o Plano de Cargos e Salários dos trabalhadores de cargos diretos e indiretos da produção. O PCS seguirá o conceito misto, de progressão automática e avaliação, e deverá ser implementado a partir do dia 1º de janeiro de 2008.


 


PLR – Valor de R$ 1.400,00, não condicionados a metas. Os trabalhadores já receberam R$ 800,00.


 


Estabilidade no emprego – 60 dias de estabilidade após o retorno ao trabalho.


 


Horas paradas – 50% serão descontadas e 50% serão compensadas durante o mês de outubro, exceto no dia 13. Não haverá descontos sobre o DSR (Descanso Semanal Remunerado).

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