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Na Europa, desemprego bate novo recorde. Governo grego volta a cortar aposentadoria e seguro saúde

Os efeitos da crise econômica que estourou 2009 continuam recaindo sobre a classe trabalhadora no mundo todo.

Enquanto os governos injetarem trilhões dos cofres públicos para socorrem o capital (bancos e empresas) da quebradeira, aos trabalhadores detonaram uma avalanche de cortes orçamentários, conhecidos como planos de austeridade. Na verdade, são ataques à classe trabalhadora: demissão, desemprego, aumento de impostos e redução de direitos, como a dificuldade do acesso à aposentadoria.

A taxa de desemprego na Europa chegou a 11,6%, ou seja, 18,9 milhões de pessoas estão sem emprego, segundo o Eurostat, o escritório de estatística europeu. O índice é o maior registrado desde 1995.

A Espanha foi o país mais atingido: 25,8% dos adultos em idade ativa encontram-se desempregados. Entre os jovens, com menos de 25 anos, o índice é ainda mais alarmante: 54,2% estão fora do mercado de trabalho. Na Grécia, o desemprego atinge 25,1% da população; em Portugal, 15,7%; e na Itália, 10,8%.

Na Grécia, governo volta a cortar aposentadorias e seguro saúde

O Parlamento da Grécia aprovou nesta quarta-feira (7) novas medidas de austeridade apresentadas pelo governo e exigidas pela União Europeia e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para que o país receba um novo pacote de ajuda financeira.

As medidas visam reduzir em € 18,5 bilhões (US$ 23,6 bilhões) até 2016 os gastos orçamentários do país.

O projeto, com apenas um artigo de quase 500 páginas, inclui o aumento da idade de aposentadoria, que visa passar de 65 para 67 anos, e o fim dos pagamentos extras para funcionários públicos. Também está prevista a redução de benefícios sociais, o controle da gestão de empresas públicas, a organização do sistema de saúde e a flexibilização na legislação trabalhista.

A classe trabalhadora resiste

Os trabalhadores gregos iniciaram uma greve geral de 48 horas convocada pelos dois principais sindicatos do país para protestar contra o projeto. Com isso, os serviços públicos foram suspensos e os transportes paralisados. Na Grécia, só neste ano, os trabalhadores já deflagraram cinco greves gerais.

E, em toda a Europa, nos últimos meses, milhares de pessoas também protestaram em países como Espanha, Portugal, Itália e Inglaterra.

No próximo dia 14, os manifestantes vão novamente às ruas. Nesta data, está programada a primeira greve geral ibérica (da qual participarão manifestantes de Portugal e Espanha).

Outros países da Europa já confirmaram para o mesmo dia, uma jornada de luta, que poderá se transformar também em greve geral.

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