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Metalúrgicos presentes na II Marcha Zumbi + 10

Reconhecimento a João Cândido
A Marcha Zumbi + 10 exigiu do governo federal o reconhecimento de João Cândido e sua importância para a luta dos negros brasileiros, através de sua anistia simbólica e também que um dos três navios que está sendo construído pelo governo seja batizado com o nome de João Cândido.


 


O marinheiro que liderou a primeira revolta da República

Filho de ex-escravos, João Cândido entrou para a corporação em 1894, aos 14 anos (na época as Forças Armadas aceitavam menores) e logo despontou como líder e interlocutor dos marujos junto aos oficiais.

Em 1910, a Marinha brasileira já possuía uma frota considerável, mas essa categoria contrastava com os baixos soldos e as chibatadas, castigos físicos herdados do regime escravocrata que os oficiais brancos aplicavam nos marujos, de maioria negra.

Em 22 de novembro de 1910, tem início a Revolta da Chibata, devido às 250 chibatadas recebidas por um marinheiro, no dia anterior.

Durante quatro dias, marinheiros liderados por João Cândido e entrincheirados nos navios São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Deodoro – ancorados ao longo da baía da Guanabara – lançam bombas na cidade. João Cândido lidera as negociações com o governo, que se compromete a anistiar os revoltosos. O acordo não dura dois dias e todos são presos na Ilha das Cobras, no Paraná. Devido às más condições muitos morrem, mas João Cândido sobrevive e é julgado e absolvido. O Almirante Negro, como ficou conhecido, morreu em 1969, no Rio de Janeiro, onde sobrevivia como pescador. Sua vida após a libertação foi marcada pela perseguição política e pela miséria e tratado pelo governo como subversivo, teve a presença da polícia até em seu enterro.

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