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Lutas intensas marcaram décadas de 80 e 90

As décadas de 80 e 90 foram marcadas por intensas lutas operárias no Brasil. Os trabalhadores, cansados de vinte anos de ditadura, elegiam novas diretorias sindicais comprometidas com a classe trabalhadora e botavam para correr os pelegos e interventores da ditadura que até então, tomavam conta das entidades sindicais.

Os longos anos de repressão e arrocho salarial criaram nos trabalhadores uma grande necessidade de ir para as ruas e mudar a realidade da época. Por todo o país, explodiam grandes greves e a mobilização garantia conquistas importantes para trabalhadores das mais diversas categorias.

Em Campinas, não foi diferente, após a vitória da Oposição Sindical Metalúrgica em 1984, o Sindicato ganhou um caráter classista e as lutas por melhores condições de trabalho e melhores salários se tornaram pauta do dia. Uma das primeiras e mais importantes lutas da época foi a grande greve de 1985, que durou 26 dias e que ficou conhecida como “Greve da Vaca Brava” Toda a categoria paralisou suas atividades e que conquistou, junto os demais metalúrgicos do Estado, a redução da jornada de trabalho para 44 horas semanais. O que os outros brasileiros só conseguiriam com Constituição de 1988.
Outro momento muito importante aconteceu na Campanha Salarial de 1988, com o lema “Acorda Peão”, em pleno governo Sarney com seus planos econômicos que tantas perdas trouxeram para a classe trabalhadora.

Em 1989, depois de quatro pacotes econômicos, aconteceu a grande greve geral contra o Plano Verão, quando mais uma vez, toda a categoria parou, apesar da grande repressão das empresas, com apoio da Polícia Militar, principalmente na Singer.

Luta dos trabalhadores no início da década de 90 derrubou até presidente da República

A primeira metade da década de 90 foi de grandes e importantes lutas. Com a posse de Fernando Collor, houve o confisco das cadernetas de poupança e mais um arrocho salarial e uma grande recessão, que desempregou milhares de trabalhadores.

Em 1991, a “Greve Dominó” reuniu mais de 20 mil trabalhadores e garantiu 132% de reajuste. Também foi neste ano, que o Sindicato publicou pela primeira vez em seu jornal, o Fora Collor, que depois de tantas denúncias e manifestações por todo o Brasil, acabou acontecendo no ano seguinte, com o impeachment.

Até o início da segunda metade da década de 90, os metalúrgicos eram presença constante na grande imprensa devido às grandes mobilizações e às greves que tomavam conta de praticamente todas as empresas da região, desde as menores até as grandes multinacionais.

Foram momentos de importantes conquistas que se refletem até hoje na vida dos metalúrgicos e que precisam voltar. Muitos destes trabalhadores que participaram destes importantes momentos da luta dos metalúrgicos, ainda estão na ativa, por isso é importante que todos se inspirem nestas importantes histórias de luta, que mostram que somente a organização e a mobilização podem enfrentar a política patronal.

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