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Inflação oficial acumula alta de 6% em 12 meses, aponta IBGE

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação, teve variação de 0,80% em fevereiro, com desaceleração ante o resultado em janeiro (0,83%), segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados no dia 4.

No acumulado em 12 meses, o IPCA teve alta de 6,01%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (5,99%) e do centro da meta (4,5%) estipulada pelo governo federal.

O IPCA registrou a maior taxa para os meses de fevereiro desde 2003, quando havia sido de 1,57%. No acumulado do ano, o índice somou 1,64%.

O grupo educação subiu 5,81% em fevereiro e foi o principal impacto no IPCA, responsável por 51% do índice.

Já os grupos alimentação e bebidas e transportes desaceleraram e tiveram alta de 0,23% e 0,46%, respectivamente.

Apesar da alta, o grupo transportes perdeu força ante o desempenho em janeiro (1,55%) com o reajuste menor dos ônibus urbanos.

Os alimentos que mais contribuíram para a perda de folêgo do grupo foram feijão carioca (queda de 10,50%), carnes (-2,81%) e frango (1.40%).

Diante das liquidações de verão, o grupo vestuário foi o único a apresentar deflação em fevereiro (0,25%).

Já o segmento de despesas pessoais, com alta de 1,43%, pressionou o IPCA e foi puxado pelo aumento de cigarros (3,64%) e empregados domésticos (0,91%).

Baixa renda
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação para as famílias de menor renda, apresentou variação de 0,54% em fevereiro, contra 0,94% em janeiro.

Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 6,36%.

A maior desaceleração do INPC ocorreu por conta da freada dos grupos alimentação e transporte, que têm mais peso na cesta de consumo das famílias de renda menor, diferentemente do grupo educação, cujo impacto é mais relevante para as faixas de rendimento mais alto.

Superaquecimento
Dia 3, quando foi anunciado um crescimento de 7,5% no PIB (Produto Interno Bruto) de 2010 ante o ano anterior, a presidente da República, Dilma Rousseff, e o diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, conversaram sobre os riscos do superaquecimento da economia e a necessidade de crescimento “lento e estável” dos países.

“É chegado o momento de desacelerar a economia”, afirmou Strauss-Kahn sobre o Brasil após o encontro.

O diretor do FMI afirmou que ele e a presidente concordam que “crescimento por si só não é o bastante”.

Ele elogiou os programas sociais do governo brasileiro -citou o Bolsa Família- e, principalmente, a recente decisão de corte de gastos.
Segundo ele, os cortes são “muito bem-vindos”.

Também nesta semana, o Banco Central anunciou a segunda das quatro altas esperadas para este ano na taxa básica de juros (Selic), que passou de 11,25% para 11,75% ao ano.

A decisão foi tomada por unanimidade.

É a maior taxa desde março de 2009, quando a Selic caiu de 12,75% para 11,25%.

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