Greve de 3 milhões de trabalhadores para a produção na Indonésia
Trabalhadores e trabalhadoras indonésios paralisaram a produção de diversas fábricas, várias delas instaladas também aqui no Brasil, para reivindicar aumento salarial e protestar contra os contratos temporários. Ou seja, exatamente pelos mesmos problemas vividos pelos trabalhadores brasileiros, os trabalhadores indonésios paralisaram a produção do país inteiro.
Protestos | 03/10/2012 10:28
Greve reúne 3 milhões e paralisa produção na Indonésia
Os trabalhadores protestam contra os contratos temporários e reivindicam aumentos salariais
Paula Regueira Leal, da EFE
Jacarta – Quase 3 milhões de trabalhadores de 700 fábricas da Indonésia iniciaram nesta quarta-feira uma greve para protestar contra os contratos temporários e reivindicar aumentos salariais, uma ação que paralisou a produção em mais de 80 parques industriais.
Uma das companhias mais afetadas foi a companhia petrolífera pública Pertamina, que teve que interromper a produção de suas fábricas de gás em Jacarta e Bekasi devido à ausência de funcionários.
Entre as exigências dos grevistas se destaca o pedido de revisão da lei que permite as empresas contratar trabalhadores temporários por períodos de um ano sem nenhum tipo de benefício – como o seguro de saúde, por exemplo.
O próprio Tribunal Constitucional da Indonésia já havia anunciado em janeiro que este tipo de contrato é inconstitucional por violar os direitos dos trabalhadores.
“Pedimos a abolição deste sistema de contrato, um aumento salarial e seguro de saúde para todos os trabalhadores já em 2014, enquanto a data prevista pelo o governo é para o ano 2019”, declarou Said Iqbal, dirigente da Assembleia Indonésia do Trabalho.
A concentração mais numerosa ocorreu na cidade de Jacarta, onde 20 mil grevistas estavam reunidos. Outras manifestações de grande porte também ocorrerem em Bogor, Surabaia, Medan e Makassar, entre outras grandes cidades do arquipélago.
Segundo os sindicatos e associações, se suas exigências não forem atendidas, os trabalhadores seguirão em greves durante todo mês de outubro. A Federação dos Trabalhadores do Metal da Indonésia, por sua vez, ameaçou bloquear as estradas de Jacarta e provocar um caos logístico na capital.