Governo zera dívida interna atrelada a dólar
O governo federal conseguiu zerar a parcela da dívida interna que é atrelada ao câmbio. Aproveitando o cenário favorável, o Banco Central liquidou neste mês US$ 6,1 bilhões em compromissos com correção cambial.
O resgate não só zerou a dívida cambial interna como inverteu a posição do governo, que agora tem créditos a receber em dólar.
Em setembro de 2002, a crise de confiança decorrente da corrida eleitoral para o Palácio do Planalto levou a dívida cambial a um pico recorde. A parcela da dívida pública interna corrigida pelo câmbio atingiu 40,67%.
Os dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central mostram que o governo encerrou 2005 registrando 1,16% de exposição cambial -R$ 11,4 bilhões.
Com as operações realizadas já em 2006 -posição até o dia 20 de janeiro-, o governo conseguiu ultrapassar esse valor e, em vez de dívida, já tem crédito em dólar com o mercado. “E essa posição pode crescer com mais operações de “swap reverso” que venham a ser feitas”, afirmou o chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, Ivan de Oliveira Lima.
Lima disse que em 2005 houve um resgate líquido de US$ 26,5 bilhões em instrumentos cambiais. Somente em dezembro, essa liquidação somou US$ 9,5 bilhões.
Nas suas duas últimas atuações no mercado, o Banco Central chegou a reduzir o volume de “swaps reversos” em oferta. Os lotes de US$ 400 milhões caíram para US$ 200 milhões. Um dos fatores levados em conta pelo BC para reduzir essa oferta foi o fato de a dívida cambial ter sido zerada.