Crise ainda vai piorar, acreditam 47% dos europeus
Pessimismo se mostra maior naqueles países que receberam socorro financeiro do bloco
O pior da crise na União Europeia (UE), especialmente seus efeitos no mercado de trabalho, ainda está por vir. É o que pensam 47% dos cidadãos do bloco, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Eurobarômetro, noticiou a agência EFE. Os que acham que o pior já passou somam 43%.
A pesquisa foi realizada entre 6 e 26 de maio, ou seja, não abrangeu os mais recentes agravamentos da crise, como o novo socorro à Grécia e os ataques especulativos aos títulos de países como Espanha e Itália. Esse efeito deve surgir no próximo levantamento, que deve ser feito ainda neste trimestre.
A Comissão Europeia admite que a percepção dos europeus é ruim, mas ressalta ter havido uma ligeira melhora em relação à pesquisa anterior, na qual 42% achavam que a crise já atingira seu pico. Os mais otimistas são Dinamarca (68% acham que não vai piorar), Estônia (64%) e Áustria (62%).
Nove feridos e três presos em protestos em Madri
O pessimismo é maior nos países socorridos pela UE: em Portugal, 80% esperam piora; na Grécia, 78%; e na Irlanda, 60%. A percepção negativa também é forte em Chipre (63%) e Reino Unido (61%).
Na Espanha, 53% dos entrevistados acham que o pior está por vir. O desemprego no país atinge 21%, subindo a 35% entre os jovens. Estes são os chamados Indignados, do movimento 15-M (de 15 de maio), que ontem voltaram a tentar ocupar, pelo terceiro dia consecutivo, a praça Porta do Sol, no Centro de Madri.
Cerca de mil pessoas, segundo o grupo – centenas, disse a polícia -, marcharam em direção à Porta do Sol, mas foram impedidos. À noite, os policiais investiram contra os manifestantes: três pessoas foram presas e nove ficaram feridas, de acordo com o jornal “El País”.
Os Indignados ficaram 79 dias acampados na Porta do Sol, em um protesto iniciado em 15 de maio, até serem retirados pela polícia. Esta semana eles vêm tentando voltar ao local.