Bosch Freios não joga limpo com trabalhadores
Nos últimos anos, a Bosch Freios vem desenvolvendo uma política de precarização do trabalho, seja aumentando o número de terceirizados ou exigindo índices de produção, além do normal de seus trabalhadores. Os números mostram que, cerca de 350 companheiros foram demitidos.
Tudo isso, em nome da tal competitividade do mercado e pela busca do lucro. O que está acontecendo é que a empresa vem produzindo muito mais com quase 350 trabalhadores a menos e com uma quantidade de horas-extras muito alta.
Os trabalhadores não vão mais aceitar esse quadro de precarização do trabalho e de pressão e irresponsabilidade da empresa em relação à saúde dos trabalhadores.
O médico seguindo às orientações da empresa, se recusa a abrir a CAT para os trabalhadores lesionados e com doenças ocupacionais. A empresa ainda condiciona a mudança do convênio Sodon para o plano Uniodonto à um pacote de propostas que o Sindicato não aceita. Como por exemplo, a atual jornada de trabalho implantada pela empresa.
O Sindicato não aceita o Plano de Cargos e Salários, que continua sendo feito conforme a avaliação das chefias, e não através da mudança de faixa por tempo trabalhado.
Existe também a falta de acordo de compensação de horas desde 1999, a compensação de dias pontes a redução da jornada de trabalho e outras questões que a empresa simplesmente não leva em conta e finge não saber.
Por outro lado, prega que é uma empresa transparente e que tem princípios e valores. Transparência com quem? Os princípios onde estão? Valores, só se for nos bolsos de seus acionistas.
Sindicato entrou com ações jurídicas contra a empresa
Com tudo isso acontecendo, o Sindicato vem tentando resolver os problemas. Já fizemos diversas reuniões com a empresa para negociar a pauta de reivindicação e também o passivo do horário de refeições.
Mas a empresa de forma intransigente não avançou nas negociações e se nega a pagar o passivo e resolver as outras questões.
Com essa intransigência da empresa, o Sindicato agiu juridicamente e o Ministério do Trabalho, por meio da DRT, fez cinco autuações na empresa.
Depois disto, a empresa em um ato de retaliação com os trabalhadores, anunciou nos quadros de aviso que ia fazer mudanças nos horários de trabalho gerando um forte descontentamento dos trabalhadores.
Entenda a negociação dos horários
Na manhã do dia 28/03/07, o Sindicato fez assembléia na fábrica e os companheiros, resolveram cruzar os braços e não trabalhar devido a falta de propostas da empresa e pela falta de diálogo com o Sindicato, que não aceitou a mudança nos horários.
No dia 04/04/07, depois de seis dias parados, os trabalhadores votaram pela suspensão da greve, pois a empresa só voltaria a negociação com a fábrica trabalhando.
Porém, depois disso, a empresa em vez de se esforçar em resolver os problemas e fazer propostas concretas, vem enrolando os trabalhadores e não sai do lugar.
Os companheiros continuam trabalhando de forma irregular, sem acordo de compensação de horas e trabalhando horas a mais por dia do que determina a legislação.
Visita marcada na empresa com juiz da TRT
Foi remarcada uma visita na Bosch Freios no dia 28 de maio para o juiz presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com o objetivo de apurar as denúncias e fiscalizar as condições de trabalho.
Além dessa apuração, os trabalhadores vão exigir que o juiz se pronuncie sobre a greve, o desconto dos dias parados, as demissões e contratações que ocorreram durante a greve, bem como quanto aos horários que a empresa vem irregularmente praticando.
Porém, está claro para os trabalhadores que essa greve ainda não acabou, simplesmente foi suspensa para a empresa retomar as negociações.
A empresa vem desrespeitando a justiça e os próprios trabalhadores: não tem interesse em resolver as questões e não apresenta propostas.