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Assassinos de freira são condenados no Pará

Foram condenados no sábado, dia 10 de dezembro, pela Justiça do Pará Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista. O primeiro a 27 anos de prisão e o segundo a 17 anos, pelo assassinato da missionária americana Dorothy Stang.

A freira foi morta com seis tiros em 12 de fevereiro deste ano em um acampamento de trabalhadores rurais, a 50 quilômetros de Anapu, no sudoeste do Pará.

A promotoria e a assistência de acusação procuraram reforçar a existência de um consórcio organizado para matar a missionária e pediram a pena máxima, de 30 anos, para os réus, por homicídio duplamente qualificado (realizado por encomenda e sem dar chance de defesa à vítima). Rayfran, que seria condenado a 28 anos, teve a pena atenuada em um ano por confessar o crime.

Outros três acusados pela morte de Dorothy Stang deverão ser julgados em 2006, mas ainda não há data marcada. São eles os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o “Bida”, e Regivaldo Pereira Galvão, o “Taradão”, que seriam os mandantes do crime, segundo o Ministério Público, e Amair Feijoli, o “Tato”, que teria intermediado a contratação de Rayfran e Clodoaldo.

Dorothy Stang era uma liderança popular na região e lutava pela implantação de um programa chamado PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável), que previa terras para os colonos, com parceria de instituições como o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o que incomodava os fazendeiros da região. Sua morte já havia sido anunciada, mas ela não acreditava que poderia ser alvejada. “Quem teria coragem de matar uma velha como eu?”, disse em entrevista a uma TV paraense, quando indagada se não temia por sua vida.

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