Acidente grave na Flacamp
Um trabalhador da Flacamp sofreu um acidente grave e passou por duas cirurgias na perna na empresa Flacamp, no dia 25 de setembro.
O companheiro foi levado à UTI do Hospital de Clínicas da Unicamp e teve o diagnóstico de fratura exposta múltipla na perna esquerda e rompimento das veias, na direita.
O acidente aconteceu quando o trabalhador estava pintando o interior de um Vaso de Pressão de cerca de 1 tonelada, que estava posicionado em cima de dois cavaletes, que se desequilibrou pressionando as duas pernas do trabalhador.
O desequilíbrio da estrutura deu-se principalmente por conta do peso em um dos lados da porta do vaso, que não foi retirada e permaneceu pendurada ao lado de fora.
Só a “flange” pesa cerca de 150 Kg, e a tampa em que ela é fixada, pesa mais 150.
Ou seja, 300 Kg do aparato de 1 tonelada estava pendendo para um lado só!
É claro que, em algum momento iria haver um desequilíbrio.
Pressa na pintura para entregar ao cliente
Várias perguntas devem ser respondidas para solucionar a causa do acidente.
A primeira delas é: como pode uma estrutura desse peso, ser mantida em cima de 2 cavaletes para ser pintada?
Porque a porta e o anel em que ela é envolvida, não foram retirados da peça principal para diminuir o peso do tanque?
É simples. Porque a empresa deveria entregar, às pressas, a encomenda a um cliente, que precisava em curto espaço de tempo.
Para cumprir a agenda, a empresa não priorizou e deixou de lado a segurança do trabalhador e não fez o planejamento correto da tarefa a ser executada!
Ou seja, a empresa fez o que a maioria delas faz: não coloca a saúde e a segurança do trabalhador em primeiro plano.
O companheiro sofreu o acidente por total descaso e imperícia da Flacamp.
Local havia sido alterado quando o Sindicato chegou
O Sindicato só foi avisado do acidente no dia seguinte e imediatamente solicitou a abertura da CAT, que até aquele momento não havia sido aberta e tanto o nosso engenheiro do trabalho, quanto dirigentes sindicais compareceram ao local, que havia sido alterado pela empresa.
O tanque não estava mais em cima dos cavaletes e a porta havia sido retirada.
Pior: um encarregado presente no local, ainda disse “quem mandou ele querer entrar no tanque?” Como se a infeliz idéia, tivesse sido do trabalhador, que só estava cumprindo ordens.
Por conta de possíveis riscos futuros, o Sindicato solicitou uma visita ambiental à empresa, vai fazer denúncia no Ministério do trabalho e está acompanhando todo o processo dando apoio necessário ao trabalhador.