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9º Congresso dos Metalúrgicos decide pela desfiliação da CUT

Nas fábricas e nas ruas, a luta continua. Com essa palavra de ordem os metalúrgicos e metalúrgicas de Campinas reunidos em seu 9º Congresso que aconteceu nos dias 15, 16 e 17 de junho, encerraram o ciclo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Sindicato.

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á mais de 2 anos temos discutido intensamente com a categoria que a Central, nascida dos intensos processos de luta da classe trabalhadora contra a ditadura, por melhores salários e condições de vida e trabalho, subvertendo a ordem e fazendo das ações cotidianas passos para uma sociedade socialista, hoje infelizmente se transformou em seu contrário.

A década de 90 foi marcada por grandes ataques do Capital contra os/as trabalhadores/as, mas também foi o momento em que a CUT abriu mão da luta contra o sistema capitalista e ao invés do enfrentamento ganhou espaço dentro da central uma nova concepção: buscar o consenso entre patrões e trabalhadores, como se fosse possível pacto entre desiguais.

Com a chegada de Lula à presidência, o processo de degeneração e subserviência da Central toma proporções gigantescas e a partir daí se encerra qualquer chance de disputa no interior da CUT,  capaz de trazê-la de volta aos princípios que lhe deram origem.

Essa é uma breve síntese das discussões que nos acompanharam nesses últimos anos e que nos deram condições para nesse Congresso nos desfiliarmos da CUT o que entendemos não como um momento de festa, mas sim como uma derrota necessária.

Um ciclo se fecha e na abertura do novo, nasce a Intersindical

Nossa decisão de desfiliação vem acompanhada da radicalização na construção da Intersindical, como um instrumento de luta e organização da classe trabalhadora.

Nosso Sindicato, através da participação direta dos/as metalúrgicos/as, tem sido uma das principais entidades a estar empenhada na construção da Intersindical desde seu início em junho de 2006.

E essa resolução do Congresso reafirma a ação da Intesindical, de organizar esse instrumento com sindicatos independentes, filiados à CUT e com aqueles que já romperam com a Central.

Porque não concordamos com a formulação auto-proclamatória e sectária daqueles que dizem que quem está na CUT é traidor ou pelego. Para nós, existe uma grande diferença entra a direção da Central e centenas de sindicatos cutistas que mantêm a luta, a independência em relação aos patrões, governos e partidos e que não se curvaram diante do Capital e seu Estado.

Com esses companheiros queremos seguir construindo e ampliando a Intersindical.

Ampliar a unidade de ação para garantir nehum direito a menos e avançar nas conquistas

Entre nossas resoluções mais importantes também está o empenho em dar continuidade à unidade de ação com as organizações do movimento sindical e popular que garantiram a vitória do 23 de maio.

Numa ação que se espalhou pelo país parando a produção e a circulação de mercadorias, conseguimos mostrar que é possível na diversidade construir a unidade para derrotar as reformas que atacam os direitos dos trabalhadores/as e avançar em novas conquistas.

Por isso, nos empenharemos na construção dos atos nacionais programados para o segundo semestre, buscando a unidade de ação do conjunto do movimento que resiste e dessa forma darmos o salto de qualidade de ir além das categorias e movimentos específicos e nos reconhecermos como classe trabalhadora.


 


E fazer com que nossas ações cotidianas possam ser passos concretos para destruição da sociedade de classes e da convicção de que um mundo socialista mais do que possível é urgente. Para que possamos relembrar nossos companheiros da Comuna de Paris e dizer que: “ESTAMOS AQUI PELA HUMANIDADE”.

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