130 mil metalúrgicos em luta: Queremos nossa parte! Confira as reivindicações
13,5%: reposição da inflação e aumento real
A choradeira dos patrões na mesa de negociação não é nenhuma novidade. A novidade é que eles próprios estão divulgando na grande imprensa os lucros recordes, o crescimento da produção, enfim, não estão escondendo de ninguém que a situação está muito boa para o empresariado. Então, se nunca colou o argumento de “crise” dos patrões, agora é que não vai colar mesmo.
Nessa Campanha Salarial, nós metalúrgicos, estamos reivindicando 13,5% de reposição integral da inflação, aumento real e ganho de produtividade. Esse percentual é absolutamente compatível com o aumento de produtividade das empresas divulgado pelos próprios patrões.
Dólar baixo não é desculpa
Uma das desculpas que está na boca dos patrões no momento é o dólar baixo. O engraçado é que quando o dólar estava alto, também reclamavam e reclamam também da concorrência com os produtos importados.
Na verdade, estão apenas preocupados em obter mais lucros, pois não existe queda, e sim aumento das exportações. Crise de verdade é a que os trabalhadores enfrentam no seu cotidiano, com o aumento abusivo dos alimentos, aluguel, combustível, e na maioria das vezes, não recebem o suficiente para pagar estes recursos mínimos de sobrevivência.
Redução da jornada, sem redução de salário
Lutar pela redução da jornada é fundamental para os metalúrgicos, pois isso significaria a geração de empregos, a melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores com mais tempo de lazer.
Mas além da longa jornada, outro problema muito grave enfrentado pelos trabalhadores é o excesso de horas extras, que torna a jornada ainda mais extensa. Essa é a matemática do lucro: diminuem o número de trabalhadores nas fábricas, aumentam o ritmo da produção e utilizam horas-extras excessivas.
Função igual com Salário differente, não! PCS já!
Praticamente todos os trabalhadores da maioria das fábricas, em todos os setores de produção, áreas técnica e administrativa, convivem com uma situação de diferença de salário na função que ocupam quando comparados a outros trabalhadores ou trabalhadoras que executam o mesmo trabalho.
O que uma parcela desses trabalhadores não sabe é que as empresas usam esta injustiça salarial de maneira planejada para estabelecer a competitividade individual para estabelecer a competitividade entre os próprios trabalhadores. Quem nunca ouviu uma pérola dessas: “se você se esforçar…”; “se vestir a camisa da empresa…”; “se for um colaborador de fato, terá seu salário equiparado…”? Com essas balelas as empresas têm conseguido reduzir o custo total da folha de pagamento e criar um achatamento de salário brutal aos trabalhadores.
Por isso, é fundamental que nós compreendamos a importância de uma Política de Cargos e Salários que diminua a rotatividade praticada pelas empresas com o objetivo de diminuir salários e acirrar a competição individual. A saída que temos é lutar pela imediata implementação de um PCS, um dos principais eixos de nossa Campanha Salarial 2007.
Porque queremos o piso do Dieese
Segundo o Dieese, R$ 1.628,96 é o salário mínimo necessário que atende às necessidades básicas como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, e transporte para uma família, com dois adultos e duas crianças.
Ou seja, bem acima do que recebemos hoje.O valor do piso foi calculado com o objetivo de garantir que estagiários, aprendizes do Senai, e guardinhas não recebessem um salário menor do que o estipulado. Porém esse valor não deveria servir como referência para trabalhadores da produção. Confira a tabela abaixo: