Mercedes-Benz: trabalhadores decidem lutar pela manutenção dos empregos, salários e direitos
Em assembleia realizada no dia 26, os trabalhadores na Mercedes decidiram que não aceitarão os pacotes de demissões propostos pela empresa para o encerramento das atividades na planta instalada no Distrito Industrial, em Campinas.
Em vez de terceirização, de transferências e de pacotes do tipo “PDV”, os trabalhadores juntamente com o Sindicato defendem a revogação da decisão da empresa e a preservação dos empregos, salários e direitos dos cerca de 500 trabalhadores na planta.
Na assembleia realizada nesta terça-feira (27), os trabalhadores paralisaram a produção até a nova reunião que o Sindicato terá com a empresa, marcada para quarta-feira (5) às 10h.
Além das discussões com a direção da Mercedes, o Sindicato já solicitou reuniões em caráter de urgência com o Poder Executivo nas esferas municipal, estadual e federal para tratar do assunto.
Cabe destacar que o Poder Público sempre se manteve solícito em atender as grandes empresas em suas necessidades e crises, injetando dinheiro público ou se abstendo de receitas por meio de incentivos e isenções fiscais.
Agora, é a hora de atender os trabalhadores e seus familiares, que não suportarão a perda do emprego, dos salários e dos direitos.
Calendário de mobilização
Na reunião realizada nesta quarta-feira (28), a empresa manteve a posição de encerramento das atividades.
Com o encerramento das operações em Campinas, 216 trabalhadores serão transferidos para São Bernardo do Campo e outros 305 trabalhadores serão demitidos.
Comunicado da empresa
No dia 22, a Mercedes-Benz anunciou o encerramento das atividades em sua unidade de Campinas.
Conforme o comunicado, o processo deverá ocorrer entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024:
- Central de distribuição de peças de reposição: entre dez/23 a mar/24
- Administrativo e pós-venda: primeiro semestre de 2024
- Remanufatura: até final de 2024
Mais uma reestruturação para aumentar a exploração
As discussões sobre os processos de reestruturação produtiva na Mercedes datam da implantação da fábrica, em 1979.
De lá para cá, foram vários!
Até o amplo espaço físico contendo terreno e prédio concedidos pelo município já foram vendidos pela empresa, que hoje é locatária deles. Sem contar os fartos benefícios, incluindo isenções fiscais, tanto para implantação quanto para ampliação de seus negócios no país.
Ou seja, sem nenhum sinal de crise o que a empresa pretende é rebaixar os salários conquistados pelos trabalhadores ao longo dos anos de luta e fugir da Convenção Coletiva que protege a legião de trabalhadores adoecidos pelo ritmo e pelas condições de trabalho impostos por ela.
Os trabalhadores já decidiram: a luta continua!