MAIS UM CRIME DE RACISMO CONTRA UM JOVEM NEGRO POBRE MOISE KABAGAMBE, JOVEM CONGOLÊS, É BRUTALMENTE ASSASSINADO NO RIO DE JANEIRO
Moise, um jovem congolês de 24 anos estava no Brasil desde 2014 com a sua família como refugiados políticos. Atravessaram fronteiras fugindo da morte por conta da guerra e da fome e Moise foi morto pelo ódio racista e xenófobo.
Ele trabalhava num quiosque na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Não lhe era garantido salário e nem direitos, recebia apenas por diárias. No dia 24 de janeiro, quando foi cobrar o que o patrão lhe devia foi espancado até a morte.
Além do gerente do quiosque, mais pessoas chamadas por ele participaram do espancamento, Moise levou socos, pontapés, foi golpeado várias vezes por um taco de beisebol e pedaços de madeira. O jovem foi amarrado, uma corda ficou presa ao seu pescoço, esse jovem que buscava receber o que lhe deviam foi espancando até a morte.
O crime brutal que arrancou a vida desse jovem trabalhador novamente escancara o racismo institucionalizado em que pessoas têm a vida ameaçada e arrancada pela cor de sua pele, o racismo incorporado pelo Capital para impor maior exploração há mulheres e homens negros.
O horror de ver um jovem negro amarrado e espancado até a morte, para os criminosos é mais do que rememorar o tempo da escravidão em que crianças, mulheres e homens negros eram amarrados aos troncos e muitos espancados até a morte, para esses criminosos, isso não deveria ter sido abolido.
O assassinato contra Moise também escancara a xenofobia que milhares de migrantes sofrem diariamente ao atravessarem as fronteiras dos países fugindo da fome, das guerras e da morte.
Se para o Capital é livre a circulação de suas mercadorias mundialmente, aos trabalhadores as fronteiras são fechadas e mais serão a depender de onde vem e da cor da pele que tem. Moise um jovem negro, não tinha salário, não tinha nenhum direito, fazia parte de uma legião de milhões que são submetidos a informalidade, a precarização ainda maior das condições de trabalho.
É preciso exigir punição imediata para esse crime brutal que matou Moise, é preciso avançar na luta pelo fim da impunidade da repressão do Estado que mata a partir da cor e da classe, pesquisas recentes mostra que a cada 4 horas um negro é morto pela polícia no Brasil, a maioria estão nas periferias.
É fundamental fortalecer a luta do conjunto da classe trabalhadora pelo fim do racismo institucionalizado por esse sistema da morte, uma luta que se fortalece no enfrentamento contra o Capital e seu Estado.
FONTE: INTERSINDICAL – INSTRUMENTO DE LUTA E ORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA