Sindicatos e movimentos sociais fazem ato em defesa do Acampamento Marielle Vive, em Valinhos
Na terça-feira, dia 23, as cerca de 450 famílias do Acampamento Marielle Vive, em Valinhos, receberam a notícia de que o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo decidiu manter a reintegração de posse do terreno onde estão acampadas, desde abril de 2018.
Mantendo a solidariedade e o compromisso de construirmos juntos a resistência para garantir a permanência das famílias acampadas, o Sindicato juntamente com movimentos sociais realizaram ontem (23), o ato Marielle Vive Fica!
Marielle Vive Fica!
Em setembro do ano passado, o Acampamento entrou com um recurso na Justiça para que a reintegração fosse suspensa, sobretudo por causa da pandemia de Covid-19, dos riscos de contágio, e do consequente aumento do desemprego e da miséria na classe trabalhadora.
Em outubro deste ano, também por causa da pandemia e da crise sanitária, o Congresso Nacional por meio da Lei 14.216/21 suspendeu temporariamente as remoções forçadas.
A reintegração foi então suspensa. Agora, apesar de estarmos longe do fim da pandemia, mas perto fim do prazo determinado pela Lei 14.216/21 – de 31/12/2021 – o risco de despejo voltou com a decisão da Justiça de manter a reintegração.
Área estava abandona há anos
De propriedade da Fazenda Eldorado Empreendimentos Imobiliários, a área de cerca de 1 mil hectares e que fica na estrada do Jequitibá, em Valinhos, estava abandonada há anos, antes de ser ocupada pelas famílias ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Ou seja, era uma extensa área improdutiva que deveria ser destinada à reforma agrária.
A vida pulsa no Acampamento
No total, 1 mil pessoas, sendo ao menos 150 crianças, moram no local desde 14 de abril de 2018. Antes da pandemia, a ocupação chegou a abrigar 800 famílias.
As famílias transformaram a terra antes ociosa em produtora de alimentos saudáveis, com uma horta coletiva em formato de mandala de mil metros quadrados.
Uma escola, a Escola Popular Luís Ferreira, também foi inaugurada em novembro de 2019, pouco antes do início da pandemia.