Sindicato participa da 20ª Marcha Zumbi dos Palmares, em Campinas. Veja as fotos e leia o Manifesto!
Fotos: Robson B. Sampaio
PDF Marcha-Zumbi-20-Novembro-2021
Marcha Zumbi 20 novembro
Contra o racismo e todas as formas de discriminação
Fora, Bolsonaro!
Nossos passos vêm de muito longe, com a visão crítica das organizações do movimento negro e
sua capacidade de fazer propostas, que foram fundamentais, com ações voltadas para a
erradicação das desigualdades e assimetrias entre homens e mulheres; uma das ações
estratégicas foi organizar a Marcha em homenagem ao herói do Quilombo dos Palmares, como
forma de denunciar o racismo. Em 20 de novembro 1971, o Grupo Palmares de Porto Alegre
(RS), realizou o primeiro ato público da história do Brasil em homenagem a Zumbi, a cidade de
Campinas, em 20 de Novembro 1976 realiza ato público organizado pelo ativista TC, militantes
e o Grupo de Teatro Evolução. A data foi assumida pelo Movimento Negro Unificado em 1978 e
a partir daí passou a ser comemorada por todas as organizações negras como a data mais
importante da população brasileira.
Avançamos, e Campinas realiza a 20ª Marcha Zumbi dos Palmares, vivenciando a realidade de
que a grande maioria da população sofre com o agravamento da crise econômica, social e
política, decorrente não apenas da devastadora pandemia da Covid‐19, mas também das
profundas desigualdades raciais existentes no Brasil.
Neste 20 de Novembro ocupamos as ruas para solidarizarmos com as famílias dos mais de 600
mil brasileiros e brasileiras na sua maioria negros e negras que tiveram suas vidas ceifadas pela
forma irresponsável e criminosa com este governo lidou a pandemia do COVID 19.
Ocupamos as ruas para denunciar a miséria e a fome expressa no aumento significativo de
pessoas vivendo em situação de rua, nas vergonhosas e humilhantes filas que se formam nos
locais de descartes de sobras de alimentos ou na fila do osso. São mais de 20 milhões de
brasileiros/as impactados pelo esvaziamento dos programas de transferência de renda,
agricultura familiar e dos programas de segurança alimentar.
Ocupamos as ruas para denunciar a violência contra as mulheres que encontra na figura de
Bolsonaro e no seu governo todo um aparato institucional e de comunicação um estímulo
sistemático a prática do machismo do sexismo. Em 2020 foram mais de 230 mil denúncias de
agressões contra a mulher, mais de 60 mil casos de estrupo e 1350 vítimas de feminicídio (61%
das vítimas são mulheres negras) 2021 segue no mesmo ritmo e intensidade e o número não
para de crescer.
Neste 20 de Novembro ocupamos as ruas para denunciar a intolerância religiosa sobretudo
contra as religiões de matrizes africanas. O capítulo da constituição que trata de o direito
inviolável de cada indivíduo manifestar sua fé e sua crença foi praticamente rasgado. Para se ter
uma ideia da gravidade no ano passado o Brasil registrou 1056 violações e 500 denúncias de
intolerância em decorrência da religião. Templos religiosos estão sendo atacado e incendiados
em todo o país. Religiosos e adeptos do de candomblé e umbanda estão sendo expulsos de suas
comunidades no Rio de Janeiro
O mais grave neste governo é que os ataques partem diretamente da instituição que foi criada
para preservar e valorizar a cultura, a religiosidade e toda nossa herança africana a Fundação
Palmares. Hoje sobre a orientação bolsonarista a Fundação Palmares se transformou em um
centro de comando e de desconstrução da nossa história e identidade.
Ocupamos as ruas para denunciar a violência policial contra a juventude negra e pobre. A cada
23 minutos o jovem negro e assinado em nosso país A violência policial contra nossa juventude
atingiu seu ápice mesmo diante do cenário de pandemia e isolamento social. A circulação das
pessoas nas ruas diminui, mas a violência e as agressões se multiplicaram.
A articulação internacional em torno da palavra de ordem “Vidas Negras Importam” precisa
adquirir um caráter de luta permanente e vir acompanhada de um conjunto de reinvindicações
e exigências para conter este genocídio. 80% das vítimas são jovens de 15 a 19 anos tiram‐se as
vidas interrompe os sonhos. Nunca as polícias mataram tanto em nosso país.
Ocupamos as ruas para exigir que no país da abolição incompleta ou da falsa abolição as políticas
públicas de ações afirmativas que tem nas COTAS RACIAIS um elemento central para promoção
da igualdade de oportunidades não pode ser interrompido. Por isso, lutaremos pela sua
manutenção e prorrogação e pela implantação dos outros instrumentos do estatuto da
igualdade racial e das resoluções de Durban. Não aceitaremos retrocesso. Nenhum passo atras!
Neste 20 de Novembro ocupamos as ruas em aliança com os movimentos sociais sindicatos de
trabalhadores/as e principalmente com as organizações que lutam contra toda forma de
opressão e discriminação.
A luta ao lado dos trabalhadores da cidade e do campo contra o desemprego é mais do que
necessária. Hoje o número de desempregados no Brasil ultrapassa os 14 milhões de pessoas.
Os pobres ficaram mais pobres e os riscos ficaram mais ricos com a pandemia. Os pobres
perderam seus empregos, suas casas e sua dignidade foi ultrajada. Os ricos aumentaram suas
fortunas.
Nós militantes do movimento negro sabemos que desemprego no brasil tem cor e somos as
principais vítimas da precarização e da URBErização do trabalho
Essa aliança além de fortalecer a Marcha Zumbi dos Palmares dá um sentido estratégico ao
sonho sonhado por Zumbi e Dandara na luta pela liberdade no maior símbolo da resistência
negra e africana nas américas o Quilombo dos Palmares.
Neste momento histórico que atravessamos incorporamos em nossa luta a palavra de ordem da
campanha pelo ‘Fora, Bolsonaro’ e a defesa da democracia.
Há quase 200 anos, a construção e a deflagração da independência do Brasil não foram
acompanhadas de nenhum questionamento sobre o sistema escravocrata.
Ao contrário, o Brasil independente manteve o regime, mesmo após a aprovação da Lei Feijó,
de 1831, que proibia o tráfico de pessoas. Tanto a independência quanto a Proclamação da
República, nascida no ano seguinte à abolição formal da escravidão, foram frutos de um pacto
entre as elites políticas e econômicos para manutenção dos seus privilégios.
Para derrotá‐los é preciso compreender a natureza deste sistema em todas as suas dimensões
como afirmara Malcom X “Não é possível haver capitalismo sem racismo”.
Iniciamos o mês da consciência negra com mais uma vitória Supremo Tribunal Federal. Por 8
votos a 1 o STF equiparou do crime de injúria racial ao de racismo. A injuria racial foi um artifício
jurídico utilizado em larga escala para desqualificar e atenuar a pena contra os racistas.
Mas é preciso Seguir em Marcha e lutando.
Se é verdade que fomos fundamentais para a elevação do nível de consciência negra do nosso
povo também é verdade que precisamos ir além.
Entre a ousadia e a omissão nós optamos pela ousadia.
Motivos não faltam para ocuparmos as ruas com nossas bandeiras, palavras de ordem e nossas
exigências.
Motivos não faltam para continuarmos ocupando as ruas para defendermos a igualde e a
equidade entre homens e mulheres.
Motivos não faltam para lutarmos contra a retirada dos nossos direitos.
Motivos não faltam para lutar contra o racismo e toda foram de discriminação.
Motivos não falta para irmos as ruas para defender a vida!
Motivos não faltam para exigirmos o fim deste governo. Fora Bolsonaro!
Viva Zumbi dos Palmares! Viva Dandara!
Assinam este Manifesto:
Coordenação da Marcha 20 de Novembro Campinas
Fórum do Movimento Negro Regional de Campinas
Grupo Força da Raça
Casa de Cultura Tainã
Casa de Cultura Fazenda Roseira
Comunidade Jongo Dito Ribeiro
ARMAC ‐ Associação das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana de Campinas e Região
Organização da Cerimônia de Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana de Campinas
Grupo de Teatro e Dança Urucungos Puítas e Quijengues
Comunidade do Samba de Bumbo
Grupo Caixeiras das Nascentes
Terreiro da Vó Benedita
Instituto Umbanda Sem Fronteiras
Jornal Umbanda Brasil
Movimento Raízes de Dandá
Ilê Axé Obá Inã
Oile Ase Obá Adakedajo
Centro Cultural Omi Alado
Institutos Sócio Cultural Voz Ativa
Grupo de Festa Oficial de São Jorge
Centro Cultural de Capoeira Raízes do Brasil
CSCC ‐ Coletivo Salvaguarda da Capoeira de Campinas
Geração Underground
Ponto de Cultura e Memória Ibao
Casa de Cultura Ibao
Reafro Campinas
Afoxé Ibao Inã Ati Omi
CONEPPA ‐ Coletivo Negro com Práticas Pedagógicas em Africanidade
Juventude do Terreiro RMC
Jovens Lideranças Jongueiras
Juventude LGBTQIA+
Margem Cultural
Fá Kbeluduru, rapper, Membro Zulu Nation
Coletivos de Mulheres Negras Lélia Gonzales
Fundo Agbara
Centro Cultural Crispim Menino Levado
Terreiro D’Oxum
Alafin oyo
Casa Laudelina de Campos Melo
ACOUCAI ‐ Associação das Comunidades Tradicionais de Cultura Popular Brasileira
Sociedade Sagrada Ile Asé Sango Oba Lode Oyo Ile Agbara Alafin Oyo
Moricab ‐ Movimento Riopardense de Cultura Afro Brasileira
Pro ‐ Organização para Libertação do Povo Negro
Mulheres Negras do Interior Paulista
Aos Brados
Rede Sapatà Campinas
Projetos Saberes e Sabores
CUT Campinas
Intersindical ‐ Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região
Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região
Sinergia ‐ CUT
Secretaria de Cultura da CUT/SP
Coletivo de Combate ao Racismo da CUT/Campinas
SINTPq
Sindae
Sindviários
Afuse
Associação Mulheres Guerreiras
Profissionais do Sexo Unidas pelo Respeito
Foesp
Rádio Sensorial FM
Cursinho Hebert de Souza
CDPCNC ‐ Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Campinas
CTCAFRO ‐ Ilesin Osun Gbe Nle Ofoju Ola Lan Mi
MNU – Campinas
Frente Negra de Sumaré
Unegro – Campinas
Torcida Nação Alvi Negra Vai‐Vai
Acervo João Zinclar
Setorial de Cultura do PT/Campinas
Mandatos ‐ Vereadora Guida Calixto ‐ PT, Vereador Cecílio ‐ PT, Vereadora Paolla Miguel ‐ PT
Vereadora Mariana Conti ‐ PSOL, Vereador Paulo Búfado ‐ PSOL,
Vereador Gustavo Petta ‐ PcdoB;
Partidos ‐ PT, PSOL, PCdoB, Rede Sustentabilidade, Cidadania, PSB, Partido Verde;