ENQUANTO A MAIORIA EXIGE O FIM DESSE GOVERNO, BOLSONARO E SEUS MILICOS BRADAM AMEAÇAS GOLPISTAS
Só esperar pelo Congresso Nacional e pelo Judiciário não adianta, é na luta direta nos locais de trabalho e nas ruas que vamos defender a vida, os direitos e as liberdades democráticas
Em menos de dois meses, três dias nacionais de luta pelo Fora Bolsonaro reuniram centenas de milhares em todas as capitais do Brasil, em centenas de cidades e, também em outros países. Nas ruas a classe trabalhadora, a juventude e suas Organizações exigem o fim desse governo genocida, vacina já e para todos, volta do auxílio emergencial de no mínimo R$600,00, respeito aos direitos e emprego e lutam também contra as privatizações e a reforma administrativa.
As manifestações nas ruas, a indignação nos locais de trabalho de quem sofre com o arrocho salarial, o desrespeito aos direitos e a carestia, o desespero de quem perdeu o emprego e o auxílio emergencial são a materialidade que os números frios das pesquisas não conseguem mostrar, mas até as pesquisas mostram que a tal popularidade de Bolsonaro derrete e a maioria exige seu impeachment.
Esse governo da morte que se elegeu ancorado em muita alienação e mentira tenta se manter a qualquer custo com mais mentiras e ameaças golpistas, fugindo das denúncias que comprovam que seu governo operou contra o combate à pandemia e se utilizou da tragédia que já arrancou mais de meio milhão de vidas para aprofundar a corrupção através da negociata de compras de vacinas que sequer tinham autorização para uso.
Bolsonaro esbraveja contra a CPI, brada que não aceitará o resultado das eleições, pois sabe que, se conseguir se manter no cargo até 2022 tudo mostra que não conseguirá se reeleger e nessa semana seus milicos fiéis e saudosos da ditadura militar emitiram nota tentando se impor acima das liberdades democráticas duramente conquistadas através de muita luta pela classe trabalhadora.
A nota divulgada pelo Ministério da Defesa e pelos comandantes das Forças Armadas diz que “não aceitarão qualquer ataque leviano as instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”. Não estão preocupados em defender a democracia, mas sim seus interesses corporativos, esse é governo que mais tem em sua composição militares, os mesmos que foram protegidos na reforma da Previdência e mantêm seus privilégios protegidos.
A nota tenta camuflar as denúncias que envolvem vários militares que estão no governo Bolsonaro e que agiram diretamente nas ações que foram na contramão do combate à pandemia e em atos de corrupção.
Saudosos de uma ditadura militar financiada pela burguesia que até hoje segue impune: no Brasil, os agentes do Estado responsáveis pelas prisões, torturas e mortes de centenas de trabalhadores e jovens que lutaram contra a ditadura militar financiada pela burguesia seguem impunes. A transição para redemocratização no país além de conceder impunidade aos que cometeram esses crimes tentou apagar a memória coletiva, apagar o registro das lutas travadas no Brasil contra um governo militar imposto pelo Capital para ampliar o arrocho salarial e piorar as condições de trabalho.
Os que se autoproclamam imunes a atos de corrupção tentam manter esse apagamento da história ao buscarem esconder os escândalos de corrupção durante o regime militar envolvendo ministros, governadores biônicos e demais agentes da repressão em casos envolvendo grandes empreiteiras e grupos empresariais que foram beneficiados através de financiamentos do BNDES entre outras ações que foram garantidas através de muita propina nos bastidores do regime militar.
Saudoso da ditadura e amigo das milícias: além de buscar apoio nas Forças Armadas, Bolsonaro e sua gangue de filhos nunca esconderam seu apreço por um dos momentos mais sombrios do Brasil, a ditadura militar, como também sua relação promiscua com as polícias propondo projetos de lei para manter impunes policiais que comentem crimes, além de sua relação orgânica com as milícias, os atuais esquadrões da morte já defendidos pelo presidente enquanto era deputado.
Só pronunciamentos e declarações não adiantam: no dia 09 de julho, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco/ DEM-MG, ao se pronunciar sobre as falas de Bolsonaro e do Ministério da Defesa e das Forças Armadas se limitou a dizer que o Congresso “está empenhado em defender o Estado Democrático de Direito”, mais ênfase deu à pauta do Capital que está sendo garantida no Parlamento com a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência, a lei sobre a terceirização, entre outros projetos que vão de encontro aos interesses patronais.
O presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira/PP-AL, segue engavetando os mais de 100 pedidos de impeachment contra Bolsonaro e, como capacho desse governo impõe a agenda de privatizações e da reforma administrativa que têm por objetivo aniquilar os serviços públicos para a população trabalhadora.
Já o Judiciário, achincalhado pelas falas de Bolsonaro se reduz a emitir notas indignadas, afirmando tão somente a lisura do processo eleitoral, mas nenhuma medida de fato contra as ações desse governo genocida. E vale lembrar que em relação as Medidas Provisórias impostas pelo governo que atacam direitos e salários dos trabalhadores, o Supremo Tribunal Federal avalizou a medida que retira os Sindicatos das negociações em relação as MP´S, colocando dessa forma os trabalhadores reféns da chantagem patronal.
É na luta organizada da classe trabalhadora que podemos derrotar esse governo da morte: foi a luta organizada da classe trabalhadora com grandes greves no final da década de 70 que enfrentaram os ataques patronais e seu governo militar, foi dessa forma que garantimos direitos que estão na Constituição Federal de 1988, foi assim que garantimos liberdades democráticas, portanto é só ampliando a luta nos locais de trabalho, moradia, estudo e nas ruas que garantiremos a vida e os direitos.
Quando a classe trabalhadora coloca a indignação em movimento não há ameaça golpista e balas da repressão capazes de conter a luta. Por isso a tarefa prioritária é seguir ampliando os atos de rua, como, o próximo Dia Nacional de Luta em dia 24 de julho e principalmente construir a necessária greve geral no Brasil para pôr fim a esse governo da morte e garantir a vida e os direitos.