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NÃO TEM ESQUECIMENTO, NEM PERDÃO: 25 ANOS DO MASSACRE DE ELDORADO DO CARAJÁS

17 de abril de 1996 ficou marcado pelo sangue de trabalhadores rurais que lutavam por reforma agrária. No Pará, em Eldorado dos Carajás, a polícia militar a mando do então governador Almir Gabriel/ PSDB atirou para matar em dezenas de trabalhadores que junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizavam uma manifestação numa rodovia exigindo a desapropriação da fazenda Macaxeira.

A ação do aparato de repressão do Estado teve como consequência o assassinato de 19 trabalhadores rurais e a mutilação de mais de sessenta outros, o crime cometido pelos agentes do Capital na máquina do Estado até hoje segue impune. Dos 155 policiais envolvidos na ação apenas 2 foram condenados. A execução da pena demorou uma década para começar a ser cumprida, sendo que tanto o comandante da ação na época, o coronel Mário Colares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira conseguiram em 2018 um Habeas Corpus para cumprirem a pena em casa.

O mandante desse crime bárbaro seguiu impune, pois não houve a devida responsabilização do governo do Pará responsável pela ordem de aterrorizar trabalhadores e crianças. Os que sobreviveram carregam as marcas do terror vívido naquele dia em que dezenas foram executados, outros tantos torturados, carregam também as marcas de outra violência: a impunidade.

Em 2018 o então candidato à presidência, Bolsonaro visitou a região onde aconteceu o massacre, lá mais uma vez destilou seu ódio, defendendo a ação dos policiais e atacando os trabalhadores rurais.

Seu governo genocida responsável pela tragédia que já provocou a morte de mais de 360 mil pessoas nessa pandemia é o governo que também protege o agronegócio, os madeireiros, que libera o desmatamento na Amazônia, que quer armar latifundiários para atacar a vida de trabalhadores rurais em nome da defesa da propriedade privada.

É o governo que tem como um ministro do Meio Ambiente, um inimigo mais do que da preservação de um dos principais biomas do mundo, a Amazônia, é inimigo das comunidades indígenas, quilombolas e dos trabalhadores rurais, um defensor dos interesses daqueles que na sanha por mais lucros, atacam a terra, os recursos naturais e principalmente a vida dos trabalhadores.

Em mais esse 17 de abril, reafirmamos que mais do que não esquecer o massacre contra nossos irmãos de classe, seguimos transformando a dor e a revolta em luta contra o Capital e seus capachos governos que atacam nossas vidas.

Fonte: Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

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